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Perspectivas para o mercado mobile – Jessica Puga

Desenvolver e publicar um jogo para aparelhos móveis parece ser bastante simples. O aparecimento da plataforma mobile transformou de certa forma a indústria de jogos. Em cinco dias de GDC (Game Developers Conference, que aconteceu de 05 a 09 de março em São Francisco) se falou muito em aplicativos, jogos casuais, marketing e métricas, focado para o desenvolvimento de jogos para celulares.

Já no hall de entrada do evento a primeira impressão deixou uma dica para o que viria por aí. Os maiores patrocinadores da GDC 2012 não eram empresas focadas em jogos de console, mas sim desenvolvedores, publishers, donos de plataformas sociais e empresas de métricas e serviços para mobile.

As diversas palestras simultâneas e de curta duração que integraram os dois primeiros dias da conferência (os Summits) cobriram extensamente os principais assuntos ligados a esse emergente nicho de mercado. Os participantes puderam escolher entre assistir engenheiros discursando sobre engines otimizadas, designers abrindo o jogo sobre processos criativos e especificidades da plataforma e homens de negócio ressaltando a importância de um trabalho extensivo de marketing e métricas, em uma área onde a quantidade de produtos disponível cresce exorbitantemente, tornando cada vez mais difícil se destacar em meio a multidão.

Apesar da facilidade desenvolver e publicar jogos para celular, as empresas que entram nesse mercado com um perfil competitivo, deixando de lado as raízes sempre presentes na realidade nacional dos jogos independentes, tem um longo caminho a ser percorrido. São tantos os pontos que se deve prestar atenção que uma olhada mais de perto para as empresas líderes do mercado encontramos equipes tanto desbravadoras quanto especializadas.

Desenvolver um jogo para celular envolve entender a maneira como esses jogos são utilizados, entender o ritmo fragmentado do jogador que joga na fila do banco, no ônibus e na situação que tirou risadas de uma atenta plateia de GDC, no banheiro.

Desenvolver um jogo mobile requer também um conhecimento específico de game design, obviamente, assim como todas as outras áreas de desenvolvimento de um game. Requer entender o mercado e como ele se comporta, o que ele procura e como se tornar visível dentro de lojas e plataformas tão concorridas por tantas empresas. Entrar no mercado mobile significa entender e interpretar métricas, marketing e mercado. Significa saber quando tomar decisões importantes a partir de relatórios de analytics e também a partir de número de downloads e de compras dentro de seu aplicativo.

Por fim, jogos mobile provam-se um caminho interessante e cheio de desafios para se percorrer. Muitas habilidades são necessárias e também uma vontade de aprender e arriscar. No entanto, ainda se prova muito mais acessível para as empresas brasileiras do que desenvolvimento para consoles, por exemplo.

Não é que não se falou mais nada durante a GDC 2012, jogos online e de consoles marcaram a pesada presença de sempre no evento, mas o mercado mobile em plena expansão mostra-se bastante atraente para o desenvolvedor.

Jessica Puga - Formada em Audiovisual pelo Centro Universitário Senac,  mas acabou se apaixonando pela área de games. Atualmente trabalha como Game Designer além de participar de projetos de jogos independentes. Tem um pézinho em sua área de trabalho original participando do Coletivo Lumika que realiza filmes de curta metragem. Padawan no desenvolvimento de games, gosta muito de estudar e pesquisar em sua área de atuação e tem uma queda declarada pelos jogos da Rockstar.