Lançamento do livro Regras do Jogo

20/08/2012 by: thiago

Lançamento do livro Regras do Jogo – Luiz Carneiro

Amanhã, dia 21/8, a editora Blucher lança Regras do Jogo, no auditório 3 do Centro Acadêmico Senac (Rua Eusébio Steveaux, 823 – Jurubatuba). A obra é assinada por Eric Zimmerman e Katie Salen e, diferentemente de seu original em inglês monovolume, em português foi dividida em 04 tomos, mantido seu conteúdo integral.

O lançamento dos livros no Senac contará com uma mesa redonda, da qual participarão Sabrina Carmona (CS Games) e Mário Lapin (Virgo Games). A mesa redonda será mediada por Alan Luz (Senac).

O livro de Zimmerman e Salen destaca-se pela profundidade com que trata os games e, mais do que isso, pela profundidade com que trata os games sob uma diversidade de abordagens. A obra vê os games sob uma série de paradigmas, utilizando nas análises conceitos da própria área e de outras correlatas, como comunicação e tecnologia da informação.

A publicação de Regras do Jogo no Brasil referenda o crescimento do setor no país e alinha-se com a necessidade de uma formação mais profunda, que não seja apenas tecnicista. O olhar amplo que os autores desenvolvem ao longo do livro instala os games em sua esfera devida, desviando-os definitivamente da perspectiva de entretenimento barato e alienante e definido-os como sistemas de comunicação complexos e convergentes com o estado da arte das comunicações e mesmo do pensamento.

E as afirmações nos parágrafos acima não são exageradas. Em minhas aulas na pós-graduação do Senac Lapa Scipião, nos cursos de Roteiro Audiovisual e de Produção Audiovisual, mais especificamente nas disciplinas de Roteiro de Ficção para Novas Mídias e Novos Formatos e Tecnologias, tenho utilizado os games como modelos de construção criativa e como plataformas privilegiadas nas quais se pode pensar objetos artísticos e comunicacionais.

Jogar um game como Alice Madness Returns ou Limbo é acionar, continuamente, um sistema de significações formado por sistemas, ou seja, um composto extremamente complexo, que contém em si uma série de camadas interagentes que atuam em conjunto e que criam um processo de construção de significados que, em sua polissemia, aponta para e efetiva o que existe de mais adiantado em termos de concepção criativa.

Pensar os games sob este viés é atuar paralelamente ao estado atual da cultura e do pensamento. Outros livros podem ser adicionados a este cenário: Cultura da Convergência, de Henry Jenkins; Cultura da Interface, de Steven Johnson; Hamlet no Holodeck, de Janet Murray; Incógnito – as vidas secretas do cérebro, de David Eagleman são apenas alguns exemplos.

Regras do Jogo, pensada a área de games mais especificamente, pode estabelecer-se como o eixo-guia através do qual a navegação no cenário atual da cultura e na bibliografia citada no parágrafo acima pode ser realizada. Por isso, tanto a leitura da obra quanto a participação no lançamento, amanhã no Senac, é altamente recomendada. Aproveitem a oportunidade, boas leituras e bons jogos. Play the game, always.

Luiz Carneiro

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