Cultura digital, sociedade e política

02/07/2014

Então não é pra ir ou é? – Eventos nas Redes sociais e seus objetivos

Filed under: Alessandra Borges dos Santos — Tags:, , , — oliriaribeiro @ 10:56

As redes sociais têm um papel crucial para a comunicação de seus usuários com outras pessoas. É considerado um meio rápido e eficaz de contato. Nela também é encontrada a liberdade de expressão de qualquer indivíduo, seja para divulgação de trabalhos, eventos, críticas e opiniões sobre cultura, comportamento, religião e política, publicação de notícias, compartilhamento de informações.

Sendo assim, as redes sociais são espaços de livre expressão e de usos diversificados diferentemente de outros veículos convencionais de comunicação que mantém uma hegemonia sobre o poder de publicação e divulgação das informações, como televisão e jornais. Pela primeira vez um veículo de comunicação permite que esta ocorra de muitos com muitos. Isso possibilita uma produção de diálogo diferenciada sobre os demais meios de comunicação. Os processos dinâmicos de rede são efeitos colaterais dos processos de interação entre os indivíduos nas redes. As redes por sua vez estão condicionadas a processos de agregação, separação, caos, ordem e ruptura.

Por isso, esses espaços virtuais ficam muitas vezes com uma acumulação de informações pessoais e públicas, opiniões sobre diversos assuntos, dados e notícias compartilhados. Muitas vezes por conseqüência disso, muitas coisas passam sem serem percebidas. É preciso encontrar maneiras de serem vistos nesse emaranhado de informações e de despertar interesse dos usuários.

Foi encontrada uma nova forma de divulgar opiniões e propiciar maior adesão à elas, os eventos criados no facebook são um exemplo disso. A ferramenta de criar evento tradicionalmente usado para marcar reuniões, festas e manifestações começa a ser usado para expor opiniões e também humor.

Para verificar esse novo fenômeno foi feita uma pesquisa rápida na rede, dentro do meu próprio perfil fui convidada para diversos eventos como estes mencionados como, por exemplo: “Festa de fim de carreira do Aécio”. Isso na realidade não é uma festa que vai realmente acontecer e sim uma forma de manifestação de rejeição ao político citado. Existem outros eventos no mesmo perfil que abrangem outros políticos, como a atual presidenta Dilma Rousseff.

Esse tipo de expressão só toma grande repercussão com a declarada presença de vários usuários da rede e com essa confirmação acaba existindo um maior número de divulgação através do compartilhamento e visualização do evento no feed de noticias¹ dos amigos do usuário. Isso é o sistema de cooperação e processo formador de estruturas sociais através de interesses e finalidades do grupo (RECUEDO, 2008).

Assim como eventos com demonstrações de opiniões políticas são facilmente aderidos na rede, os de humor se espalham com a mesma facilidade e rapidez pela internet, divertindo os usuários com trocadilhos e piadas.

Não sabemos pra onde à evolução da internet caminha, porém já sabemos que as redes não ficam em estado de pausa sem mudança nenhuma. As redes são dinâmicas e estão em contínuo processo de mutação. Essas transformações nas redes sociais, são largamente influenciadas pelas interações entre os atores no mundo virtual.

 

NOTAS

1 - Espaço onde todas as publicações relacionadas a você, seus amigos e paginas que são de seu interesse aparecem.

 

BIBLIOGRAFIA

 

CASTELLS, Manuel. A galáxia internet: Reflexões sobre internet, negócios e sociedade. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004

LEMOS, Andre; LEVY, Pierre. O futuro da internet. São Paulo, Paulus, 2010

MORAES, Dênis de. Comunicação Alternativa, Redes Virtuais e Ativismo: Avanços e Dilemas In Revista de Economía Política de Economia Política de las Tecnologías de la información y Comunicación www.eptic.com.br, vol. IX, Nº 2, mayo-ago. 2007.

RECUEDO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre. Editora Meridional, 2009

 

Radio e Internet: Parceria ou rivalidade?

O radio é um dos sistemas de comunicação mais antigo e uns dos meios de comunicação que mais se adaptou ao longo das evoluções tecnológicas no meio das mídias de informação e entretenimento.

Com a expansão da internet tudo poderia ter ido por água abaixo, notícias sendo vistas instantaneamente ou apenas alguns segundos após seu acontecimento; a possibilidade de visualizar matérias quantas vezes se quisesse, são atrativos que antes do advento da internet e da interligação entre os veículos de comunicação, não eram possíveis. Antes os sucessos musicais se davam, nas paradas de rádio, agora vídeos caseiros pululam na internet, e fazem sucesso pelo seu número de compartilhamento e/ou visualizações em espaços como o youtube, sites como estes, dão acesso a uma infinidade de vídeos, que podem ser tanto lançamentos musicais de bandas ou cantores consagrados como de amadores, há vídeos de entretenimento, tutorais entre outros. Vendo a partir desta perspectiva, poderia se supor que as rádios estariam vivendo uma era de decadência, como um barco se aproximando da praia, mas verifica-se que isso não ocorre. Portanto, fica a questão: com tantas formas de entretenimento e informação proporcionados pelo meio digitais como preferir a rádio?

O interessante da questão é que essa nova Tecnologia de Informação e Comunicação advindas pelo uso da internet, se destacam hoje, justamente por não excluírem outros veículos de informação, com isso se enriquecem ainda mais ao agregar os seus elementos dentro de sua rede. Assim verifica-e que o radio adaptou-se a internet, e ambos tornam-se extensões um do outro. Criaram-se aplicativos nos celulares para ouvir estações de radio; perfis nas redes sociais onde as emissoras podem trabalham com outros recursos como, utilização: de imagens; notícias e matérias vinculadas conforme o perfil e interesse do ouvinte, conteúdos estes que podem ser acessados somente pela sua paginas na internet. Além destes recursos, os programas das emissoras são disponibilizados para serem retransmitidos nos seus sites, para quem perdeu ou deseja rever alguma matéria e por fim a própria rádio é transmitida ao vivo via internet. Esse novo modelo pode ser chamado de modelo multimediático, onde as emissoras de rádio usam a internet como um suporte adicional para a sua programação. Portanto verifica se que, assim como a internet possui um potencial de revitalizar os espaços urbanos (PÉREZ TAPIAS), ela atua da mesma forma em outros veículos de informação, modificando as experiências vívidas pelos seus ouvintes, telespectadores ou internautas.

Essas plataformas são uma estratégia de conquista e adesão de audiência para as rádios, seja na sua versão on-line ou off-line, ao propor aos seus ouvintes e internautas promoções, notícias sobre bandas e artistas que tocam na emissora, perfil dos locutores e a disponibilização de playlists, Tudo isso proporciona uma nova vida as rádios, que ao se unir à internet, transforma à rádio.

Todas essas mudanças tem aceitação do público e podemos dizer que até conquista um novo público, que mesmo não tendo o hábito de ouvir rádio, vem a conhecê-la, já que ela está dentro da internet. Podemos citar como exemplo a emissora 89 – A Rádio Rock, na sua volta em 2012 (operou por alguns anos com programação pop) além de uma programação especifica de um gênero, ela tomou todas as providências de adequação ao meio digital.

Para comprovar a eficiência de divulgação e interação dos ouvintes com os novos canais de comunição da rádio, podemos verificar numa breve pesquisa alguns números da radio 89; Facebook – 831.718 seguidores; twitter – 29 mil seguidores: Aplicativo da radio: entre 100 mil e 500 mil downloads.

Sendo assim, com a internet à rádio reúne música, informação, publicidade, e, paralelamente utiliza de outros componentes como animações e vídeos. Criando-se assim um novo jeito de se pensar o conceito de rádio e para onde caminha a sua evolução.

 

BIBLIOGRAFIA

CASTELLS, Manuel. A galáxia internet: Reflexões sobre internet, negócios e sociedade. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, 2004

_________, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro, Zahar, 2013

LEMOS, Andre; LEVY, Pierre. O futuro da internet. São Paulo. Paulus, 2010

PÉREZ TAPIAS, José Antonio. Possibilidades de humanização e risco do “sem-sentido” no mundo digital. In.: Internautas e náufragos: a busca do sentido na cultura digital. São Paulo. Loyola, 2006

SHIRKY, Clay. A cultura da participação: Criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro, Zahar, 2011

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