Cultura digital, sociedade e política

02/07/2014

Radio e Internet: Parceria ou rivalidade?

O radio é um dos sistemas de comunicação mais antigo e uns dos meios de comunicação que mais se adaptou ao longo das evoluções tecnológicas no meio das mídias de informação e entretenimento.

Com a expansão da internet tudo poderia ter ido por água abaixo, notícias sendo vistas instantaneamente ou apenas alguns segundos após seu acontecimento; a possibilidade de visualizar matérias quantas vezes se quisesse, são atrativos que antes do advento da internet e da interligação entre os veículos de comunicação, não eram possíveis. Antes os sucessos musicais se davam, nas paradas de rádio, agora vídeos caseiros pululam na internet, e fazem sucesso pelo seu número de compartilhamento e/ou visualizações em espaços como o youtube, sites como estes, dão acesso a uma infinidade de vídeos, que podem ser tanto lançamentos musicais de bandas ou cantores consagrados como de amadores, há vídeos de entretenimento, tutorais entre outros. Vendo a partir desta perspectiva, poderia se supor que as rádios estariam vivendo uma era de decadência, como um barco se aproximando da praia, mas verifica-se que isso não ocorre. Portanto, fica a questão: com tantas formas de entretenimento e informação proporcionados pelo meio digitais como preferir a rádio?

O interessante da questão é que essa nova Tecnologia de Informação e Comunicação advindas pelo uso da internet, se destacam hoje, justamente por não excluírem outros veículos de informação, com isso se enriquecem ainda mais ao agregar os seus elementos dentro de sua rede. Assim verifica-e que o radio adaptou-se a internet, e ambos tornam-se extensões um do outro. Criaram-se aplicativos nos celulares para ouvir estações de radio; perfis nas redes sociais onde as emissoras podem trabalham com outros recursos como, utilização: de imagens; notícias e matérias vinculadas conforme o perfil e interesse do ouvinte, conteúdos estes que podem ser acessados somente pela sua paginas na internet. Além destes recursos, os programas das emissoras são disponibilizados para serem retransmitidos nos seus sites, para quem perdeu ou deseja rever alguma matéria e por fim a própria rádio é transmitida ao vivo via internet. Esse novo modelo pode ser chamado de modelo multimediático, onde as emissoras de rádio usam a internet como um suporte adicional para a sua programação. Portanto verifica se que, assim como a internet possui um potencial de revitalizar os espaços urbanos (PÉREZ TAPIAS), ela atua da mesma forma em outros veículos de informação, modificando as experiências vívidas pelos seus ouvintes, telespectadores ou internautas.

Essas plataformas são uma estratégia de conquista e adesão de audiência para as rádios, seja na sua versão on-line ou off-line, ao propor aos seus ouvintes e internautas promoções, notícias sobre bandas e artistas que tocam na emissora, perfil dos locutores e a disponibilização de playlists, Tudo isso proporciona uma nova vida as rádios, que ao se unir à internet, transforma à rádio.

Todas essas mudanças tem aceitação do público e podemos dizer que até conquista um novo público, que mesmo não tendo o hábito de ouvir rádio, vem a conhecê-la, já que ela está dentro da internet. Podemos citar como exemplo a emissora 89 – A Rádio Rock, na sua volta em 2012 (operou por alguns anos com programação pop) além de uma programação especifica de um gênero, ela tomou todas as providências de adequação ao meio digital.

Para comprovar a eficiência de divulgação e interação dos ouvintes com os novos canais de comunição da rádio, podemos verificar numa breve pesquisa alguns números da radio 89; Facebook – 831.718 seguidores; twitter – 29 mil seguidores: Aplicativo da radio: entre 100 mil e 500 mil downloads.

Sendo assim, com a internet à rádio reúne música, informação, publicidade, e, paralelamente utiliza de outros componentes como animações e vídeos. Criando-se assim um novo jeito de se pensar o conceito de rádio e para onde caminha a sua evolução.

 

BIBLIOGRAFIA

CASTELLS, Manuel. A galáxia internet: Reflexões sobre internet, negócios e sociedade. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, 2004

_________, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro, Zahar, 2013

LEMOS, Andre; LEVY, Pierre. O futuro da internet. São Paulo. Paulus, 2010

PÉREZ TAPIAS, José Antonio. Possibilidades de humanização e risco do “sem-sentido” no mundo digital. In.: Internautas e náufragos: a busca do sentido na cultura digital. São Paulo. Loyola, 2006

SHIRKY, Clay. A cultura da participação: Criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro, Zahar, 2011

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