A oficina ministrada pela Rita foi composta por três momentos: uma conversa sobre literatura marginal, resgatando alguns poetas da geração mimeógrafo (Ana Cristina César, Chacal e Cacaso); a discussão a respeito da chamada Literatura Periférica (Solano Trindade, Ségio Vaz, Férrez e Sacolinha), refletindo ainda sobre a proliferação de saraus na Zona Sul, Zona Leste e Grande São Paulo.

A pesquisadora Denise Tangerino também apresentou sua dissertação sobre a Revista Não Funciona dos Maloqueristas.

Para o momento seguinte, propusemos a atividade “Leitura Premiada” que se transformou em um pequeno sarau. Além das poesias selecionadas pelo Grupo Jovens Urbanos, foram realizadas leituras de poemas cuja autoria era dos jovens presentes. Por fim, elaboramos alguns temas para o concurso de poesias: “Eu no bairro”, “O futuro que vejo” e “Imagens da cidade”. Este foi um dos momentos mais interessantes do evento, pois pudemos conferir a produção desses meninos.

Estas são algumas das poesias realizadas durante o evento:
Por que não agradecer
Apoio, participação, colaboração, isso dá muita alegria, aqui acabo inspirando minha Dramaturgia.
Literatura, teatro, poesia, unida num único corpo, muito gratificante estar reunidos com vocês todos.
Interpretar, falar, dançar, o importante na verdade é participar.
Dar o que tenho para expressar (na verdade) é o seguinte, aceitar com muito gosto o próximo convite.
Por: Carlos
O futuro que eu vejo….
O futuro que eu vejo não é diferente do que estamos vivendo agora.
O nosso presente é a conseqüência do que foi feito no passado, será?
Porém significa que se plantarmos o bem, colheremos o bem no futuro?
Não é bem assim, no mundo em que vivemos há milhares de pessoas com pensamentos e ações diferentes.
Bem. Bem? Bem! Que pensam em.
Você faz o bem?
O que você faz bem?
Para quê? Para quem?
Bem…
O problema é que hoje não se fala no bem,
Mas sim nos bens….
Por: Mônica e Silvana Vieira
Imagens da cidade
Maquiagem borrada,
Suor?
Lágrimas?
Maquiagem barata!
Entre as pernas,
Arrombada!
Puta dor!
Muito trabalho.
Uma puta barata…
Em casa três filhos
Cuidados, vestidos,
Criados!
Filhos de uma Puta.
No caminho um pai?!
Sem nada,
Sem caráter, estúpido!
Sem a dignidade de uma puta mãe?
Por: Mônica e Silvana Vieira
Futuro Que Vejo.
Dança, humildade
Loucuras, desejo.
Isso é só um pouco
Do futuro que vejo.
Vejo vida, esperança
Vejo grana, vejo paz.
Vejo padre, vejo Igreja
Vejo lua de mel, e eu sendo pai.
Vejo lá em 2.500
A criação dos meus institutos.
Vejo minha mãe e meu pai
Do meu lado bem caducos.
Não vejo meu filho engravatado
Eu vejo ele dançando breack.
Grafitando São Paulo
E andando de sk8.
Vejo sarais, vejo eventos
A periferia bem comentada.
E quem sabe em 2.500
Verei a Tenda Literária.
Eu vejo o meu futuro
Com a minha melhor maneira.
Vejo a ressurreição de Bob Marley
Salve nação regueira.
Não vejo a desigualdade
As drogas, a prostituição.
Eu vejo a humildade
Para o caído eu estendo a mão.
Ainda vejo os nordestinos
Levando sua cultura adiante.
Vejo todas as culturas
Umbanda, Rastafári, Punk.
Há quer saber de uma coisa:
Eu vou dormir faz bem assim.
Para que Deus abra os olhos
E veja tudo para mim.
Fim.
Autor: Luiz Paulo Roberto de Oliveira.
Mais fotos e vídeos:
Post e fotos: Carol Laguna
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