por Ana Carolina Duarte
Este artigo tem como objetivo principal desenvolver um estudo acerca do turismo na região de Porto Seguro, analisando as potencialidades existentes assim como as limitações e ameaças ao seu desenvolvimento.
A cidade de Porto Seguro é tão animada quanto qualquer outra parte do Brasil.
Segundo o portal de entretenimento da Bahia o fluxo turístico na região de Porto Seguro ultrapassa 900 mil visitantes anuais. Dos turistas internacionais, quase a metade são portugueses, argentinos e italianos.
Além das atrações históricas, a região conta com belas praias, um agitado carnaval e um ambiente aconchegante. Destaques para o museu de Porto Seguro, o memorial da Epopéia do Descobrimento, o Parque Nacional do Monte Pascoal, o Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, o Arraial d´Ajuda Eco Parque, a Ilha dos Aquários, e a Estação Veracel.
Através do Tripadvisor foi feito uma pesquisa de satisfação com os turistas do destino, e conta que apenas 62% dos Turistas estão satisfeitos com o Destino, o poucos que comentavam sobre a insatisfação foi mencionando a depreciação dos patrimônios de porto seguro e a falta de qualidade no atendimento.
A Cidade Histórica é o primeiro núcleo habitacional do Brasil. O Museu de Porto Seguro oferece ao visitante uma oportunidade de reflexão sobre o Descobrimento do Brasil. Área de preservação ambiental e afirmação cultural dos índios pataxó, onde são desenvolvidas atividades de resgate dos costumes e tradições indígenas. No local, onde o visitante pode seguir pelas trilhas ecológicas no meio da mata, são feitas apresentações de danças típicas e da culinária, além de palestras para estudantes de Porto Seguro e outros municípios. Na reserva também é cultivado um viveiro de plantas nativas da Mata Atlântica, com cerca de 8 mil mudas, vendidas aos visitantes e utilizadas também para recuperar áreas degradadas. Criada em 1998 pela comunidade indígena Pataxó da Coroa Vermelha, após muita luta das irmãs Nitinauãn, Jandaia e Naiara que sonharam que era possível resgatar o modo tradicional de viver,as histórias, os rituais e preservar a floresta. Está situada a 12 km do centro de Porto Seguro, em plena Mata Atlântica e ocupa uma área de 827 hectares. Tem como objetivos principais a revitalização da história, do idioma, a afirmação cultural e a preservação do meio ambiente tornando-se um importante difusor da cultura pataxó e modelo de turismo sustentável numa aldeia indígena. Pois não custa lembrar que foi em Porto Seguro onde houve o primeiro contato com os Índios na época de descobrimento do Brasil.
Encontrei em um Vídeo no YouTube de um passeios com os turistas até o Portal da Reserva, onde os índios Pataxó recebem o visitante na forma tradicional e mostram a sua cultura através de palestra interativa, caminhada leve e interpretativa na mata, demonstração de diferentes tipos de armadilhas, arremesso de arco e flecha, degustação de peixe preparado na hora na folha da patioba e o Awê, ritual de confraternização acompanhado de muita música, dança e a participação dos visitantes. A pintura corporal é opcional e o artesanato está exposto à venda.
Indios Paxató, foto de Jean Savage.
A Reserva da Jaqueira foi um dos lugares que fora habitado pelos índios Pataxó no passado. Esse espaço sempre foi considerado um lugar sagrado, morada dos espíritos, lugar de rituais repleto de muita energia positiva. Hoje a Reserva da Jaqueira é um lugar utilizado para a revitalização, afirmação e valorização da cultura Pataxó.
Monte Pascoal tombado como Patrimônio Histórico Nacional, apresentado pelo videio institucional que informa que cerca de 156 km da sede do município, abarca as regiões alagadiças, restinga, mangue e litoral ao redor do monte rochoso, alto e arredondado, aceito como o primeiro ponto de terra firme avistado pela tripulação do navegante português, Pedro Álvares Cabral. Possui área de 14.480 hectares, incluindo uma reserva indígena pataxó. Índios de aldeia Pataxó bloquearam, na manhã de 2 de outubro de 2013, os dois sentidos da BR-101, na altura do Km 796, na entrada do Parque Nacional do Monte Pascoal, região de divisa entre os municípios de Itabela e Itamaraju, no extremo-sul baiano. De acordo com informações do site Radar 64, a interdição da rodovia federal teve início por volta das 7h. Os índios informaram que não há previsão de liberação da pista. Nesta semana, entidades de todo o país deram início a uma série de protestos contra as violações dos direitos territoriais das populações indígenas. Convocados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), os protestos têm o objetivo de defender a Constituição, os direitos de povos indígenas e tradicionais e o meio ambiente.
A homogeneização cultural é o grito angustiado daqueles/as que estão convencidos/as de que a globalização ameaça solapar as identidades e a “unidade” das culturas nacionais. Entretanto, como visão do futuro das identidades num mundo pós-moderno, este quadro, da forma como é colocado, é muito simplista, exagerado e unilateral.
Pode-se considerar, no mínimo, três qualificações ou contra tendências principais. A primeira vem do argumento de Kevin Robin e da observação de que, ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há também uma fascinação com a diferença e com a mercantilização e da “alteridade”. Há, juntamente com o impacto do “global”, um novo interesse pelo “local”. A globalização (na forma da especialização flexível e da estratégia de criação de “nichos” de mercado), na verdade, explora a diferenciação local. Assim, ao invés de pensar no global como “substituindo” o local seria mais acurado pensar numa nova articulação entre “o global” e o “local”. Este “local” não deve, naturalmente, ser confundido com velhas identidades, firmemente enraizadas em localidades bem definidas. Em vez disso, ele atua no interior da lógica da globalização. Entretanto, parece improvável que a globalização vá simplesmente destruir as identidades nacionais. É mais provável que ela vá produzir, simultaneamente, ‘novas’ identificações “globais” e novas identificações “locais”.
A segunda qualificação relativamente ao argumento sobre a homogeneização global das identidades é que a globalização é muito desigualmente distribuída ao redor do globo, entre regiões e entre diferentes estratos da população dentro das regiões. Isto é o que Doreen Massey chama de “geometria do poder” da globalização.
O terceiro ponto na crítica da homogeneização cultural é a questão de se saber o que é mais afetado por ela. Uma vez que a direção do fluxo é desequilibrada, e que continuam a existir relações desiguais de poder cultural entre “o Ocidente” e “o Resto”, pode parecer que a globalização __ embora seja, por definição, algo que afeta o globo inteiro __ seja essencialmente um fenômeno ocidental.
Sendo o turismo pode ajudar a defender essa causa. Para que isso ocorra de forma efetiva, o turismo deve ser concebido, desde o seu planejamento, com a participação de todos os atores envolvidos, principalmente aqueles participantes da comunidade de um determinado local e do turista. O que se observa muitas vezes é exatamente o contrário. Os projetos turísticos implementados no estado da Bahia, em sua maioria, foram organizados sem a participação da comunidade nem dos empresários locais. Isso tem contribuído, como demonstra a experiência prática, para que o crescimento do turismo ocorra de forma acentuada em algumas localidades ou regiões, como é o caso da cidade de Porto Seguro, na Bahia, mas sem uma adequada utilização dos recursos naturais, humanos e sociais envolvidos. Ocorre um crescimento acentuado da economia do turismo, mas sem que isto represente uma melhoria da qualidade de vida das populações locais. Em Porto Seguro, mesmo sendo um dos locais mais requisitados do Brasil, o crescimento da indústria turística ainda não assegurou uma melhoria da qualidade de vida para a maioria de seus habitantes. Os seus indicadores sociais não condizem com o título de segunda principal cidade turística da Bahia, ficando atrás apenas da capital Salvador.
Como afirma Cruz (2001):
Diante da fragilidade da estrutura econômica, em que a pobreza e miséria compõem parte significativa do quadro social, o turismo tem sido visto como alternativa viável em busca do desenvolvimento e da superação dessas deficiências. O imediatismo que tem caracterizado o desenvolvimento da atividade, porém, compromete os resultados ao longo do processo, inibindo a maximização de benefícios e levando a superlação de impactos negativos.
Diante dessa afirmação de Cruz compreende-se a importância que o turismo tem, quando bem gerido ou administrado, para que ocorra uma mudança qualitativa em uma dada localidade. Essa mudança só é possível quando o seu planejamento é desenvolvido com foco na melhoria das condições sociais e ambientais. Pois, se o objetivo for meramente econômico, como ocorre em muitos casos, a tendência é a da desarmonia ou do desequilíbrio em nível ambiental e social.
O turismo sustentável traz novas alternativas econômicas e consequente melhoria das condições de vida das populações diretamente envolvidas, além de reduzir os impactos negativos, causados pelo turismo tradicional.
A cidade ainda realiza diversos eventos importantes, como a Micareta e o Festival de Inverno. Entretanto, parece não haver projetos públicos e/ou privados que busquem o desenvolvimento regional a partir do aproveitamento do turismo. A cidade carece, por exemplo, de infra-estrutura básica, como de bons hotéis para atendimento aos turistas. Agentes de Viagens comentam muito a insatisfação dos clientes nos hotéis considerados os melhores hotéis de Porto Seguro.
Porto Seguro também faz parte do Plano de Desenvolvimento dos Destinos Baianos da Secretaria do Turismo da Bahia e nele tem a finalidade de mensurar e fornecer informações para a atração de investimentos privados em áreas turísticas. O Programa envolve dois grandes projetos: Projeto de Pesquisas e Estudos Econômicos e o Projeto de Atração de Investimentos Privados.
Concluísse que Porto Seguro precisa de monitoramento no Setor do Turismo, pois ele já possui um Plano de Desenvolvimento de Turismo Sustentável que em algumas praticas anteriores, antes os índios não tinha nenhum contato com os turistas e nem nenhum benefício com isso, só o incomodo das visitas dos Turistas em suas Aldeias, hoje eles ganham com isso, mostrando sua cultura e vendendo artesanatos produzidos por eles. Muitas coisas ainda dos planos precisa ser colocada em pratica, como por exemplo a conscientização do turista na importância da conservação do patrimônio. Outro ponto que precisa ser ainda colocado em pratica é o projeto de qualificação dos profissionais para melhor atendimento do turista, que já se tem um projeto mas que ainda não houve nenhum programa relacionado a essa caso. Não adianta fazer e participar de planos de desenvolvimento sem pratica e monitoramento.
Bibliografia:
http://www.feriasbrasil.com.br/ba/portoseguro/
http://www.radar64.com/home.php
Global e local: identidades contemporâneas
HALL, Stuart. “Globalização” e “O global, o local e o retorno da etnia”. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2006, pp. 67-89.
Cruz, Rita de Cássia Ariza da. Politicas de turismo e construção do espaço turístico: Litorâneo no nordeste do Brasil. In: Lemos, Amália Inês Gerais de (ORG). Turismo: Socioambiental, 2ed.São Paulo: Hucitec,1999.