por Yago Giacomo
Este artigo tem como objetivo desenvolver um estudo da história de Madagáscar, e como o turismo impactou e chegou nessa grande, é uma ilha localizada no oceano Índico, Madagáscar é a quarta maior ilha do mundo depois da Groenlândia, Nova Guiné e Bornéu, sendo maior que a França e um pouco menor que o Texas. A ilha foi separada do resto do continente africano há mais de 150 milhões de anos e devido a isso a maiorias das plantas e animais encontrados lá não existem em nenhum outro lugar do mundo. Por ser tão remota, Madagáscar só foi povoada por seres humanos nos últimos 2 mil anos, os Malagasy, como são chamadas as pessoas que nascem na ilha, são descendentes de povos da Indonésia, que atravessaram o oceano Índico e vieram parar em Madagáscar. Povos árabes e africanos chegaram mais tarde e também fizeram contribuições importantes para a cultura da ilha. A costa leste de Madagáscar era território de piratas até que os franceses colonizaram a ilha, no final do século XIX. A independência veio em meados de 1960 e hoje Madagáscar é um estado democrático, A capital, Antananarivo, fica mais ou menos no meio da ilha, a língua oficial em Madagáscar é o Malgaxe e o Francês.
A população de Madagáscar é de aproximadamente 10 milhões de habitantes e a aparência das pessoas, assim como suas tradições e hábitos religiosos, variam muito de uma região para a outra. Assim como acontece no Brasil, apesar das diversidades regionais, o povo Malagasy é unido por uma só língua. Madagáscar tem uma grande riqueza cultural. Existem mais de 20 grupos étnicos, desde os Merina que descendem dos indonésios e vivam nas montanhas, até os Sakalava que vieram da África e vivem na costa oeste e os Antaimoro, que vivem no outro lado da ilha e são descendentes de povos árabes.
A ilha de Madagáscar tem um dos maiores índices de biodiversidade do planeta, aproximadamente 75% das espécies de plantas e animais de Madagáscar são endêmicas, o que significa que elas só são encontradas lá e em nenhum outro lugar do planeta. A ilha é morada para alguns animais bem estranhos, como os lémures, os tenrecs (que parecem um porco-espinho), camaleões de todas as cores, a fossa e vários outros bichos. Infelizmente, muitos desses animais únicos e muito raros estão ameaçados de extinção por causa da caça e da destruição das florestas onde eles vivem. Madagáscar é conhecida por seus estranhos animais e lindas florestas mas a verdade é que a ilha vem sofrendo de grandes problemas ambientais. As florestas da ilha são desmatadas por causa de suas madeiras nobres e a erosão destrói os solos. Madagascar é um dos países mais pobres do mundo e várias pessoas dependem dos recursos naturais para sua sobrevivência. A maioria dos Malagasy não tem a possibilidade de se tornar um médico ou advogado; eles precisam viver da terra e tirar dela o máximo possível. O custo da pobreza da população é pago por Madagáscar e pelo mundo com a perda das espécies endêmicas. Cada vez que Madagáscar perde uma dessas espécies, uma planta ou um animal que não existe em nenhum outro lugar do mundo é extinto para sempre.
Madagáscar é um dos países mais pobres do mundo. A sua economia se baseia principalmente na agricultura, mineração, pesca e produção de roupas, um dos produtos mais conhecidos de Madagáscar é a baunilha, que vem de uma orquídea e é usada no mundo inteiro pra dar sabor à alimentos. Os grãos de baunilha precisam de pelo menos 2 anos para crescer, o que faz do produto uma especiaria cara. Apesar dos preços relativamente altos da baunilha, um Malagasy ganha em média 1 dólar por dia. 70% da população do país está abaixo da linha da pobreza e quase metade das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição.
Por que Madagscar é tão pobre? Existem várias razões. Nos tempos do ditador Didier Ratsiraka o governo era extremamente corrupto e roubou grande parte do dinheiro país. Madagascar era uma colônia de exploração, o que signifca extração dos recursos naturais ao máximo, e nenhum investimento e crescimento econômico. A falta de infra-estrutura, especialmente estradas, dificulta a vida dos fazendeiros, que não tem como transportar a sua produção, o que é agravado pelo fato de Madagascar ser uma ilha e estar isolada, o que aumenta os preços e dificulta o comércio. Tudo que Madagascra quer importar ou exportar fica mais caro. Um sistema de educação fraco impede que os ovens Malagasy consigam bons empregos e poucas pessoas têm acesso à tecnologias ou à internet. A além de tudo isso, a destruição do meio-ambiente reduz a capacidade dos agricultores de produzir comida. Todos esses fatores contribuem para a pobreza de Madagascar.
Mas nem tudo está perdido. Em 2005 o governo de Madagascra anunciou a descoberta de grande uma quantidade de petróleo. O petróleo deve ser parte fundamental do futuro econômico de Madagascar, junto com a mineração, a exploração de pedras preciosas (Madagascar tem muitas safiras) e o turismo. O ecoturimo, uma forma de turismo que minimiza os impactos no meio-ambiente, pode ajudar a economia de Madagascar e ao mesmo tempo proteger a natureza e a vida selvagem.
- Turismo em Madagascar :
Talvez por o turismo nunca ter tomado grandes proporções, em Madagáscar, a presença de visitantes estrangeiros tem resultado numa lenta tomada de consciência em relação ao que se pode perder. Mais do que isso, começa a ser um travão contra o desflorestamento e destruição maciça das áreas selvagens, que já reduziram a floresta deste belíssimo país a cerca de 10% da sua totalidade. Madagáscar pode gabar-se de ter mais de duzentas mil espécies de animais, e só entre as endémicas contar-se milhares de insetos, centenas de sapos e de répteis, cinco famílias de aves e cerca de duzentos mamíferos que incluem os famosos lémures, da família dos primatas, mais o ponto forte da sua divulgação foi com o filme Madagáscar, que gerou 50% a mais de turistas por ano na ilha.
Há muitos outros lugares em Madagáscar que recorrem a um turismo sustentável para complementar o modo de vida tradicional, afastando-se do terrorismo turístico. Do lado de quem viaja, é importante dar apoio e reconhecer esta abordagem tão simples, que consiste apenas em manter o que há, e mostrá-lo. Madagáscar tem um potencial incrível para o turismo mais como não investe em infra-estrutura não consegue suprir todos os quesitos que o turista precisa ter, então vira um turismo de massa, e o turismo é visto como uma praga para os habitantes locais, por isso o governo de Madagáscar tenta investir no turismo sustentável , que tem como objetivo atender simultaneamente às necessidades dos turistas e das comunidades receptoras, protegendo e ampliando as oportunidades para o futuro.
Promover o turismo sustentável é gerenciar todos os recursos implicados na atividade turística, de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e ambientais possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantem a vida.
Se por um lado o turismo predatório pode levar ao esgotamento dos recursos naturais, assim como à descaracterização cultural e desequilíbrio social, o turismo sustentável é composto pelos mesmos pilares do desenvolvimento sustentável – eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica. Além disso, o turismo sustentável visa o fortalecimento da atividade turística a longo prazo, sustentada na preservação ambiental e cultural que qualificam o destino turístico, gerando benefícios sociais permanentes.
Outra alternativa é o ecoturismo, que visa a preservação do meio ambiente e da cultura local, o Ecoturismo é uma forma responsável de se viajar, que contribui para a preservação ambiental e o bem-estar da população local , o Ecoturismo também não significa somente proteger o meio ambiente. O conceito também inclui questões de política de desenvolvimento, que o ecoturismo deve contribuir para que grupos locais possam lutar contra a pobreza e se desenvolver de forma sustentável. Além disso, os turistas devem ter a oportunidade de aprender mais sobre a cultura do país para onde viajam e interagir com a população local.
Sobre todos esses aspectos do turismo sustentável e do ecoturismo a globalização que é considerada devastadores para muitos , para Madagáscar pode ser um ponto chave para a sua economia local , como diz (Stuart Hall) : “As identidades nacionais tem sido alguma vez tão unificadas ou homogêneas quanto fazem crer as representações que delas se fazem. Entretanto, na história moderna, as culturas nacionais têm dominado a “modernidade” e as identidades nacionais tendem a se sobrepor a outras fontes, mais particularistas, de identificação cultural.
O que é importante que para nosso argumento quanto ao impacto da globalização sobre a identidade da cultura local, é que Madagáscar pode usufruir dessa globalização para tentar se impulsionar no cenário mundial ,como no exemplo dos seus três filmes , Madagascar aumentou drasticamente o seu turismo em seus territórios , com mais de 70 milhões de espectadores no mundo inteiro , Madagascar começou a ser mais vista , e desejada por todos os turistas do mundo inteiro , dessa forma se Madagáscar conseguir investir no seu projeto de turismo sustentável e ecoturismo , a Ilha pode também ser um impacto positivo no turismo e se auto sustentar a exemplo de Fernando de Noronha.
Bibliografia:
Do turismo predatório ao turismo sustentável: uma revisão sobre a origem e a consolidação do discurso da sustentabilidade na atividade turística – Nathália Körössy
Global e local: identidades contemporâneas
HALL, Stuart. “Globalização” e “O global, o local e o retorno da etnia”. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2006, pp. 67-89.
http://www.youtube.com/watch?v=-5LMxeAN9Lo
http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/estruturacao_segmentos/ecoturismo.html