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Os Impactos em Las Vegas

por Tatiana Rocha

Cassinos. A primeira palavra que nos vem à mente quando falamos sobre Las Vegas, a maior cidade do estado de Nevada, localizada no deserto de Mojave e mundialmente conhecida por seus luxuosos e imponentes hotéis temáticos, grandes festas, cassinos, apostas, jogos, compras e também pela prostituição, menos divulgada, obviamente. É um clima contagiante, já que a partir do momento que você desembarca no aeroporto, já encontra as máquinas de jogos disponíveis para usufruí-las.

Mccarran International Airport

Mccarran International Airport

Antes de virar uma cidade, os espanhóis descobriram essa região (daí o nome em espanhol), depois sendo habitada por mórmons vindos de Utah. Com a criação de uma ferrovia, o povoamento nessa região aumentou. Las Vegas passou a ser oficialmente uma cidade a partir do dia 15 de maio de 1905. Em 1931, foram legalizados os jogos de azar, aumentando a população da cidade, sendo inaugurado em 26 de dezembro de 1945 o primeiro grande cassino, pertencente ao gângster italiano Bugsy Siegel, chamado Flamingo Hotel (apelido de sua namorada na época).
Las Vegas tem como uma de suas principais características, seus hotéis inspirados em diversas cidades espalhadas de diferentes países. Você está olhando para as pirâmides inspiradas no Egito, quando chega logo na esquina está admirando a estátua da Liberdade e à sua frente à Torre Eiffel que fica em Paris (nome do hotel que homenageia a cidade). Caminhando pela Strip, a principal avenida de Las Vegas onde ficam a maior parte dos hotéis e seus cassinos, uns passos adiante você encontra Veneza e fica admirando suas gondôlas passeando água adentro. Las Vegas trouxe um pouco da cultura de cada país para dentro dos hotéis, mesmo que indiretamente, pois como está escrito no texto de Mike Feartherstone, ele escreve: “as culturas estão, por definição, vinculadas principalmente a interações e a relações sociais, e só indiretamente e sem necessidade lógica, vinculadas a áreas particulares no espaço físico”. Também podemos perceber que Las Vegas tem tendências cosmopolitas, já que mostra um pouco da cultura física de outros países. Las Vegas recebe muitos turistas cosmopolitas de todos os tipos, aqueles que querem vir atrás da cultura da cidade, seja pelo seus cassinos que sim, são considerado culturais, os museus e até seus artistas de rua, tão populares que tem até um bairro aonde você pode encontrá-los, no Downtown Arts District. Para Mike Featherstone, uma perspectiva do cosmopolita é isso, se envolver com o outro, se permitir experimentar culturas diferentes e observar os diferentes constrastes com a sua própria cultura.
Por a cidade ser um dos poucos lugares que permitem jogos de azar, muitos turistas são atraídos. Fora os shows, espetáculos, eventos em geral que chamam muita atenção para quem procura estar em constante movimento. É raro ver alguém aborrecido ou sem ter o fazer. Pelo o contrário, Vemos muitos turistas sem saber o que fazer, já que são tantos atrativos que ‘dificultam’ a escolha sobre o que fazer ou por onde começar.
De acordo com Marc Augé, em seu texto onde ele escreve sobre os Não-Lugares, podemos compreender que os hotéis, muito presentes em Las Vegas são considerados não-lugares de acordo com uma de suas compreensões, já que são lugares feitos para transitar, onde o fluxo é intenso e não para. Mas também vemos que a cidade em si é um lugar antropológico, já que ela tem sua própria identidade e desenvolveu uma história, uma cultura que alavancou Las Vegas como a cidade dos jogos, das festas. Podemos também verificar o questionamento de Augé sobre a supermodernidade em relação aos não-lugares. Ele escreve “ se os não-lugares são o espaço da supermodernidade, esta não pode, portanto, pretender as mesmas ambições que a modernidade.” Vemos que os aeroportos, os hotéis, os lugares que as pessoas apenas utilizam para transitar são considerados supermodernos e Las Vegas oferece muito desses lugares por ser uma cidade turística.
Las Vegas acompanhou a modernidade, virou um lugar que recebe muitos turistas transitando pelas avenidas principais o tempo inteiro, um verdadeiro complexo de lazer que teve um rápido crescimento, trazendo também pontos negativos, como a máfia que existe por conter esses jogos de azar e a disputa entre os mafiosos, conhecidos como gangster. Muitos especulam que alguns grandes hotéis são construídos com dinheiro da máfia, afinal, jogos de azar dão uma margem de lucro muito alta. A prostituição, em sua maior parte de luxo, também existe e apesar de ser considerado um crime, o que mais se encontra na principal avenida são latino americanos distribuindo panfletos com mulheres seminuas e espécies de carros com propagandas, também divulgando os telefones e aonde pode encontrá-las. Por ser ilegal, não está escrito explicitamente o que elas fazem, geralmente são mulheres que pertencem a clubes de strip-tease, mas todos sabem o que realmente ocorre caso você esteja em busca dos anúncios apresentados.
Las Vegas é uma cidade recente, que está em constante crescimento, sendo a cidade que mais cresce nos Estados Unidos. Hoje já conta com uma infraestrutura para crianças e que vai além de sua concorrida e principal avenida, Strip, tendo também o lado da cidade comum, com condomínios residenciais, prédios imponentes, natureza exuberante, mesmo sendo localizada em um deserto, uma região árida, é uma típica cidade americana que recebe muitos turistas em uma determinada região.
A Sin City se orgulha do que se tornou hoje, com todos seus bônus e ônus, conseguindo transformar uma cidade localizada no meio do deserto em uma das principais cidades que mais recebe turistas nos Estados Unidos e na América do Norte. Uma cidade única que te proporciona sensações diversas e muitas vezes únicas, tendo o turismo como principal fonte de renda, e que agora recebe muitas empresas e indústrias vindo atrás desse crescimento demográfico e visando o futuro que Las Vegas pode oferecer.

Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
Acervo Pessoal (Foto tirada por Tatiana Rocha)

Bibliografia

http://www.viajarpelomundo.com.br/turismo-las-vegas/

Featherstone, Mike. Cosmopolitas e Locais na Cultura Global pág. 251 à 263

Augé, Marc. Não Lugares Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade pág. 73 à 105