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Fernando de Noronha – Uma Pérola do Brasil

por Yago Giacomo

Este Artigo tem como objetivo desenvolver um estudo da história de Fernando de Noronha, e como o turismo impactou nesse incrível arquipélago, a história de Fernando de Noronha pode ser dividida entre antes e depois que a ilha foi vista com um potencial turístico.

É considerado como data oficial do descobrimento de Fernando de Noronha o dia 10 de agosto de 1503, a partir de documentos existentes do navegador Florentino Américo Vespúcio, que liderou  uma das embarcações da frota de 6 navios da expedição. O arquipélago começou há aproximadamente 12 milhões de anos, sobre uma série de erupções vulcânicas, com 21 ilhas, o arquipélago de Fernando de Noronha se localiza sobre um vulcão sobre qual a base tem 74 km de diâmetro e está a 4.200 metros de profundidade. Extinta há mais de 20 mil anos, a cratera vulcânica submersa faz parte de uma cadeia de montanhas da parte Atlântica da placa sul-americana.

Foram se passando anos, e o arquipélago foi transformado em um presídio. Foram esses presidiários os responsáveis por erguer todo o patrimônio edificado e sistema viário que interliga as diversas vilas e fortes. Por medida de segurança, para evitar fugas e esconderijos, praticamente toda a vegetação original foi desmatada, o que resultou na alteração do clima da região.

FOTO FERNANDo

 

Entre 1938 e 1945 Fernando de Noronha serviu novamente como colônia penal, desta vez, um presídio político. Esta condição voltou a prejudicar o meio ambiente local, devido à importação de espécies de fauna e flora e ao desmatamento desenfreado.

“Com sua natureza exuberante, o arquipélago de Fernando de Noronha é hoje sinônimo de paraíso ecológico. Mas antes de ser um badalado destino turístico, a ilha foi, por bastante tempo, um lugar do qual era preferível manter distância. Isso porque, ao longo de mais de duzentos anos, abrigou um presídio. Para lá que eram enviados criminosos e, por um curto período, presos políticos. O local de belas praias e paisagens chegou a ser conhecido como “depósitos de desvairados”. afirma Sandra Veríssimo, historiadora e coordenadora do acervo documental de Fernando de Noronha.

Alguns desses prédios estão lá até hoje, como a Vila de Nossa Senhora dos Remédios. A alimentação também ficava por conta deles: fabricavam farinha, pescavam e cultivavam a terra. Se por um lado a infraestrutura era precária, por outro, podiam levar a família mediante autorização.  Era quase impossível fugir, por isso não eram necessárias normas rígidas ou muitos guardas no presídio.

Até 1988 foi um território federal, onde era governado só por militares. Neste mesmo ano, a constituinte a juntou a Pernambuco, mas José Sarney, na época presidente da república , cria o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e delimita uma área de 112km2 entre terra e mar , que hoje é gerenciada pelo IBAMA.

Mais foi no dia 7 de dezembro de 1972, que 42 pessoas desembarcam de um avião do Exército em Fernando de Noronha, dando origem ao turismo na ilha. Tendo um potencial incrível para se desenvolver o turismo, o arquipélago de Fernando de Noronha é tido por muitos como a joia do ecoturismo brasileiro por toda sua beleza e exuberância. Sendo a única ilha oceânica do Brasil com operações de mergulho, Noronha tem uma incrível riqueza marinha, sendo que no Parque Nacional Marinho é atingido por uma corrente marinha vinda da África, que mantém a temperatura da água quente o ano todo.

Hoje Fernando de Noronha vive da exploração racional do turismo, dentro das limitações impostas pelo seu incrível ecossistema e da atividade pesqueira, esta em caráter artesanal e voltada para o consumo interno. Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago foi alvo de atenção de vários cientistas que se dedicaram a estudar sua fauna, flora, geologia, geomorfologia, entre outros. Um dos primeiros trabalhos foi publicado há mais de 100 anos, por Pocock (1890). Posteriormente, Bjornberg (1954); Lopes e Alvarenga (1955); Almeida ( 1958); Paiva (1967) entre vários outros.

Fernando de Noronha conta com 1000 leitos e o número de visitantes permitidos por dia é de 246 pessoas, ou seja, são cerca de 800 visitantes circulando pela ilha, em período normal. Nas épocas de festas como o Réveillon, esse número pode dobrar. Nos meses de março a junho Noronha sofre com a baixa estação. Uma das medidas do estado (de Pernambuco) são as campanhas que são realizadas para promover o turismo em Noronha nesses meses, pois além de ser mais barato o custo das passagens e da viagem em si, a ilha não fica superlotada. O órgão que atua na ilha do Governo Federal é um desmembramento do IBAMA, o ICM Bio, e junto com a administração da ilha tem um controle rígido sobre o número de pessoas que entram na ilha.

Como Cita Luciana Carvalho (2013): Acredito que a gente consegue preservar a ilha, principalmente restringindo o número de pessoas e continuar com a nossa campanha no aeroporto. Ao chegar em Fernando de Noronha, é passado dois vídeos, enquanto os visitantes esperam na esteira, falando o que pode e o que não pode na ilha, informando que ele está chegando em um Parque Nacional Marinho, numa área de preservação ambiental que deve ter cuidado com o meio ambiente e a forma que ele deve se comportar. A grande preocupação são com os turistas desavisados, porém a maioria dos visitantes da ilha são diferenciados e já sabem como se comportar.

Concluísse que o turismo sustentável traz novas alternativas econômicas e consequentemente está diretamente associada ao envolvimento da comunidade nos projetos de educação ambiental e sustentabilidade, , além de reduzir os impactos negativos, causados pelo turismo tradicional. Com esse tipo de turismo racional Fernando de Noronha se sustenta, e consegue manter intacta sua cultura local, o que é o mais difícil se conseguir hoje em dia,

A preservação da ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, está diretamente associada ao envolvimento da comunidade nos projetos de educação ambiental e sustentabilidade. Como cita Cynthia Gerling,(2010) : Nós fazemos reuniões quinzenais no Projeto Golfinho Rotador sobre o tema sustentabilidade, que é muito importante para o nosso dia a dia. Cada ação que a gente faça, desde lavar uma louça ou uma roupa como da forma de escovar o dente e tomar banho, que seja da melhor forma possível no sentido de usar os recursos naturais da forma mais inteligente e racional possível. Agora, a gente está querendo introduzir nas pousadas esse mesmo conceito da sustentabilidade”, Em sete anos, o Golfinho Rotador capacitou 1,5 mil moradores em cursos profissionalizantes de ecoturismo. Um instrutor ajuda e acompanha quem mergulha pela primeira vez. Muitas trilhas e passeios em Fernando de Noronha só podem ser feitos com um guia.Todo lixo produzido em Noronha tem que sair da ilha. “Todo lixo que chega em Fernando de Noronha, ele vai para a usina de compostagem, onde é separado, é compostado e encaminhado para o continente. O lixo orgânico é transformado em adubo e disponibilizado para a comunidade, para hortas, jardins e o que eles pretenderem fazer.

O turista pode ser o ponto chave para impulsionar muitas cidades, inclusive Fernando de Noronha mais o turista em si é divido em dois grupos segundo Bauman ,   Em suas obras sobre pós-modernidade, e sobre globalização, Bauman destaca esta metáfora para ilustrar quem são os heróis e as vítimas do capitalismo flexível, afirmando que “a oposição entre os turistas e os vagabundos é a maior, a principal divisão da sociedade pós-moderna”,uma sociedade marcada por um tempo espaço flexível, em mutação constante, onde o que vale é a habilidade de se mover. Valem portanto os turistas, aqueles que recusam qualquer forma de fixação; movimentam-se porque assim o preferem; saem e chegam em qualquer tempo e a qualquer espaço para realizarem seus sonhos, suas fantasias, suas necessidades de consumo e seu estilo de vida. Já os vagabundos “são luas escuras que refletem o brilho de sóis brilhantes; são os restos do mundo que se dedicaram aos serviços dos turistas.

Partindo desta reorganização no turismo segundo Baumann, e essa perda de identidade do próprio turista , Maria Celeste Mira fala da perda de identidade da própria cultural local também com essa globalização massificada ,  (Maria Celeste Mira) : “A desterritorialização coloca em circulação pelo planeta um volume enorme e uma dinâmica vertiginosa de atuação do capital , cuja mobilidade descaracteriza cada vez mais a sua nacionalidade”.

Portanto, assim analisamos que há varias formas de se pensar em turismo, com a globalização fazendo mudanças drásticas, em certas situações, mais  Fernando de Noronha com o seu turismo sustentável investe de forma muita intensa na capacitação do seus profissionais , e do seus moradores de jovens à idosos , sendo assim Fernando de Noronha se enquadra em um impacto positivo dentro do turismo , Segundo Barretto (2004) as ciências econômicas estudaram os impactos positivos, referente ao dinheiro proveniente dos turistas que entram em uma localidade. Através da Geografia, os problemas gerados pelo excesso de habitantes temporários, causados ao meio ambiente natural e humano passaram a receber maior atenção. Os impactos na cultura local, provocados pelo contato entre padrões culturais diferentes, influenciando mudanças nos hábitos locais por aculturação, estudados pela Antropologia. Estes estudos entende-se que o turismo tem um importante papel no campo econômico, cultural e na troca social. Por este motivo é de fundamental importância conhecer as percepções e atitudes dos residentes em localidades turísticas acerca dos impactos gerados pelo turismo em seus lugares de residência.

Sendo assim Fernando de Noronha é a cidade brasileira que mais arrecada com o turismo , e dessa forma consegue se auto sustentar , de uma forma considerada incrível.

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Referências Bibliográficas :

 

Globalização, fluxos e mobilidades

BAUMAN, Zigmunt. “Turistas e vagabundos”. Globalização: as conseqüências humanas. Rio de Janeiro, Zahar, 1999, pp. 85-110.

O global e o local

MIRA, Maria Celeste. “O global e o local: mídia, identidades e usos da cultura”. In: Revista Margem, n.3, dezembro de 1994, p. 131-149.

IMPACTOS DO TURISMO X COMUNIDADE LOCAL , Sandra Dall’Agnol , Faculdades de Xaxim/SC – Celer.

O livro Fernando de Noronha 3°50′S 32° 24′W , Almirante-Historiador Max Justo Guedes